quinta-feira, 6 de março de 2008

Ângela.

Tive de deixar-te.
Deixei-te e não quero deixar-te. Porque me fazes realmente falta.
Em ti encontrei uma companhia maior do que esperava. Encontrei alguém de quem cuidar e que tratou de mim. Alguém que confiou em mim e a quem dei a mão sem medo nenhum. E isso nunca acontece comigo.
A ti quis dar mais abraços do que os que dei. Quis dar mais atenção do que a que dei. Quis guardar-te, estimar-te, mimar-te, embrulhar-te nos meus braços e deixar-te chorar ou rir. «Está tudo bem enquanto eu puder tomar conta de ti.»
E depois disseste-me que tudo acabou. Eu não quis acreditar. Porque eu não deixo quem gosto para trás, nunca. És inolvidável e insubstituível, tens um lugar muito teu. E acho que nem te convenceste das minhas palavras, acho que nem admites que sabes ser especial e rara.
Gostei de ti, revi-me em ti, ouvi-te, sorri contigo e por ti. Foste a melhor anfitriã, a melhor jogadora, a melhor companheira, a melhor amiga. Sim.
Mas no passado não toco mais, nem mesmo que queira. Apenas por recordações, por fotografias, por filmes, por memórias que às vezes se esbatem e que tento eternizar com palavras. Sem sucesso.
Só que, se tinha de acabar este blog, tinha de ser contigo, tinha de ser por ti. Tinhas de ser tu a terminá-lo porque te tornaste naquilo que me deu força, alento, confiança, estabilidade, fragilidade. Tu foste Barcelona. Obrigada :)