terça-feira, 20 de novembro de 2007

Retribuir.

Hoje, dou mais valor às breves imagens que me compõem sem sequer ter dado por isso. Não me perco nelas, contudo, sei a quando pertencem, sei o espaço que ocupam e, acima de tudo, sei o que fez de mim mais feliz.
Não é Lisboa que amo realmente, senão as suas histórias que não conheço e que ainda não me pertencem. Ainda. Porque é meu desejo poder enfim embarcar numa nova viagem, menos espectacular, é certo (e nem entendo muito bem por que não), mas infinitamente mais importante.
Reconhecer cheiros, vozes, moradas e abraços faz-nos sentir bem. A familiaridade é absolutamente deliciosa e não invejo aqueles que se desgastam a querer sentir toques de adrenalina em imagens que logo esquecem, só para poderem, à noite, pensar que fizeram algo de diferente.
Aquilo que realmente importa está nos pormenores. Está na dedicação de outros a nós e na possibilidade de nos desligarmos de um egoísmo necessário mas não egocêntrico, em podermos tomar outros como modelos sem termos medo, sem pensarmos que não seremos fruto de nós mesmos.
O cansaço nunca será desculpa para nos pormos em primeiro lugar e as experiências frescas nunca nos servirão para esquecer. Não verdadeiramente, não se realmente interessar. E muito pelo contrário.
Quero quebrar as ilusões das festas permanentes e, por uma vez, frisar aquilo que estar sozinho implica: ser capaz de dar ao outro em distância. Mais do que ser capaz de nos mostrar a esse novo que está perto. E é possível, nunca finjam que não é.
Sei de quem sabe amar mais do que alguma vez senti agora que estou longe. Que me toma em braços e me sabe garantir que está sempre tudo bem e que sempre terei um lugar, um espaço para onde voltar. Não há amor melhor do que esse. E por isso é tão bom, sem margem para arrependimentos, saber, finalmente, retribuir.

2 comentários:

Cate disse...

eu amo-te! :)

Anónimo disse...

O Amor genuino é isto tudo e ainda mais ... é infinitamente infinito MM